Monte Roraima – a continuação da jornada

Após organizar o material e os carregadores da Explora Tepuy distribuírem suas cargas e tarefas, fomos até o ponto de acesso ao parque Canaima onde está o Monte Roraima para pagar a permissão de entrada, e depois partirmos em nossa caminhada ao primeiro acampamento no Rio Tek, onde pernoitaríamos e poderíamos tomar um banho de rio, relaxar e descansar para o próximo trecho da aventura.

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Depois de paga a entrada no parque, tomado água, arrumado a mochila e recebido nosso lanche para trilha iniciamos nossa caminhada rumo ao Gigante Roraima!

Ao iniciar essa jornada a visão do monte ao longo de nossa caminhada já nos deixa impressionados com o tamanho do lugar, e a imponência dele naquele cenário, que por sinal se destaca fortemente.

O parque onde o Monte Roraima se encontra é impressionantemente lindo, uma vegetação de beleza única e de um verde que deixam boquiabertos, o caminho todo em direção ao monte é repleto de subidas em morros, descidas, alguns trechos bem retos e tranquilos onde pode se perder no tempo parando para admirar a paisagem e tirar algumas ótimas fotos, pois o ambiente é realmente convidativo para admirar.

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Durante a jornada o Grupo que tinha se formado a pouco tempo, onde conhecia até então de outra viagem dois amigos apenas e tinha conseguido os demais na formação dessa aventura ia se entrosando e conversando, aprendendo, compartilhando e esse último o compartilhar acho que é um dos melhores ensinamento os que o trekking traz a todo mochileiro, o sentimento de união e entrega aos laços criados durante essas jornadas, onde a amizade recente algumas vezes se torna algo forte e parecida como amizades de infância.

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Logo após uma caminhada de umas duas horas mais ou menos resolvemos parar no alto de um dos morrinhos que encontramos em nosso caminho para comer parte do nosso lanche, e por alguns minutos ficar admirados com a beleza do lugar e para ver também a distância já percorrida até ali!
Ao olhar ao fundo já vemos distante a aldeia onde iniciamos nossa caminhada, e já sentimos aquele orgulho de chegar até ali, fica uma mistura de gratidão, expectativa para o restante do caminho e uma vontade enorme de chegar logo aos pés do gigante Roraima.

Recomeçamos nossa caminhada e após mais ou menos uma a duas horas de caminhada chegamos a nosso destino final desse dia, o Acampamento Rio Tek, lá encontramos três casinhas pequenas feitas do que chamamos aqui no Nordeste de Taipá, que são casas feitas de madeira e barro, e telhado de palha, bem simples, mas que ao todo viviam duas famílias.

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Entre essas famílias conhecemos uma Brasileira, de São Paulo a Paula que a um tempo havia visitado o Monte e em meio sua aventura acabou se apaixonando por um nativo da região e largou tudo para viver lá no Roraima, isolada de tudo, em um ambiente totalmente livre das poluições atuais, mas essa é outra história para outro post (ou não)!
Nosso Guia o Heber, logo foi fazer o reconhecimento do melhor lugar para levantar acampamento e para podermos tomar um banho, pois a melhor hora para fazer isso é na chegada, porque após duas horas de caminhada, você está totalmente aquecido e elétrico para seguir para o banho no Rio que acreditem a cada metro mais próximo do Monte fica mais frio, mas muito mais frio!

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Após o Heber nos orientar a pegar as coisas para o banho e indicar o local mais “calmo” do rio, ele foi fazer o reconhecimento do local onde seriam armadas as barracas, no entanto ele como Guia experiente visualizou a possibilidade de Chuva durante a noite e dessa forma nos orientou a fazer a travessia do Rio após o Banho, andar cerca de 20 min mais, fazer a travessia do Rio Kukenan e acampar em um abrigo nesse ponto. Todo mundo concordou, se organizou e seguiu para o próximo ponto da aventura.
Essa foi a melhor escolha a ser feita, choveu anoite toda e o nível do Rio subiu muito, outros grupos que não fizeram a travessia no dia anterior tiveram que esperar o nível do Kukenan baixar para poder seguir caminho, perdendo quase meio dia de viagem por esse motivo.

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No Abrigo as margens do Rio Kukenan, podemos armar as barracas, descansar, rir e conversar muito, e também compartilhamos uma deliciosa janta feita por nosso guia e sua equipe, nesse dia ele também nos deu algumas orientações, sobre o caminho, sobre o cuidado com as roupas e equipamentos, pois na “montanha nada seca”, e se molhar a roupa de dormir complica tudo, nos orientou sobre o uso do banheiro ali e também no Monte, e essa é uma parte que eles se preocupam muito lá! Presam demais pela organização, preservação e limpeza do Roraima, tanto que um membro da equipe é responsável por montar, desmontar e carregar todo lixo criado por nós em todo trajeto, todo lixo é trazido para a cidade e jogado fora, nada é deixado na montanha.
Dormimos e levantamos bem cedinho, para levantar acampamento e seguir ao nosso último destino antes da subida ao Monte Roraima, seguimos para o acampamento base, aos pés do imponente Monte! Confesso que ao chegar no acampamento base fiquei muito emocionado de ver tão grandioso era o local que por anos sonhei em conhecer, uma mistura de ansiedade com emoção que contagiava.

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A equipe da Explora Tepuy como sempre já estavam no acampamento a um bom tempo antes que nos, já estavam armando nosso acampamento e preparando nossa refeição, e nos começamos a montar nossos varais para tentar secar as poucas roupas, toalhas que estavam úmidas dos dias anteriores, e seguimos para o local onde nos foi indicado para o banho, galera tenho que confessar que depois de chegar lá e sentir a água bateu uma imensa vontade de NÃO TOMAR BANHO, caraca que gelo! Estupidamente gelada, daquela que dói na pele de tão fria! (Risos), mas seguimos firmes e fortes para o banho. Após o jantar todo mundo seguiu par admirar a lua, o céu estrelado lá aos pés do monte e depois todo mundo se escondeu em suas barracas par descansar pois no dia seguinte começaria realmente nossa aventura rumo ao todo do monte, e todos estavam muito ansiosos por esse momento.
Começamos a subida ao monte cedinho e a cada passo rumo ao gigante Roraima ficava mais impressionado com o tamanho dele, era imenso, imponente, e espalhava uma energia incomum, depois de umas 4 a 5 horas de subida chegamos ao topo do monte, e digo sem vergonha nenhuma, lágrimas rolaram aos meus olhos depois de chegar ali e olhar tudo que andamos para trás, a vista de cima do monte é majestosa, uma visão incomparável e digna de contemplação sem tempo mínimo, mas precisávamos seguir par amontar acampamento e seguir para nossas próximas aventuras em cima do monte Roraima.
Nos dias seguintes fomos percorrendo todo mundo perdido e visualizando um ambiente e principalmente um clima totalmente diferente do que já havia visto, o Monte tem todo um ecossistema próprio e um clima particularmente volátil, que passa rapidamente dos 18ºC para uns 7ºC num minuto.

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Vimos beleza únicas da flora do Monte, suas belezas como o vale dos cristais, El Fosso, A tríplice Fronteira, As Jacuzzis (Sensacionais), La ventana que dá uma vista sensacional da selva venezuelana, podemos desfrutar do amanhecer no mirante Mavericks, um dos mais belos que já presenciei, conhecemos também o lago gladies, com seu silencio e imensidão.
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O monte Roraima tem muitas belezas únicas escondidas na sua imensidão, foram 3 dias no topo do monte inesquecíveis, e que me mudaram de dentro para fora, esse é um dos poderes do Monte Roraima, ele molda as pessoas da sua essência até seu exterior.
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Se você quer saber mais sobre o Monte Roraima, quer dicas de como ir, com quem ir, qualquer duvida!

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Travessia dos Lençóis Maranhenses (3 Dias) Barreirinhas – Santo Amaro

Os Lençóis Maranhenses ficam a cerca de 260 km de São Luís – MA, o parque foi criado em 1981, e tem aproximadamente 160 mil hectares, com dunas de até 40 metros de altura e lagoas de água doce e cristalina sensacionais.
Um dos principais acessos ao parque é através da cidade de Barreirinhas (roteiro que fizemos), também pode ser iniciado por Santo Amaro, a grande vantagem de começar por Barreirinhas é a de sempre andar a favor do Vento.
O Contato de guias pode ser feito com os guias independentes, no entanto existem poucas informações e páginas destes na internet (vai ter que cavar muito pra achar), então o melhor mesmo é entrar em contato com a Cooperativa de Santo Amaro (santoamarocoop), no telefone (98) 98861-7358 ou pelo email: santoamarocoop@outlook.com, e também no Facebook da cooperativa.

O nosso guia o Ribeiro, é natural dos Lençóis, nascido e criado na Baixa Grande, conhece muito o caminho das dunas, e tem um senso de orientação absurdo, é muito gente boa, o contato dele é no telefone: (98) 99617-1708 ou (98) 98858- 8396, o valor cobrado para a travessia foi de R$ 200,00 a diária para até 4 pessoas, acima disso R$ 50,00 por pessoa extra, se for um grupo maior pode se negociar o valor.

Perfil do Instagram para contato do Trekking: Guia Lençóis Maranhenses

Whatsapp: (98) 98858- 8396 ou clica AQUI pra ir direto no whatsapp.

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A Travessia dos Lençóis Maranhenses tem um Grau de dificuldade moderado/Alto (Tem que estar em forma!) devido ao terreno de areia fofa das Dunas, mangues e lagoas, o que em dados momentos dificulta um pouco a locomoção desgastando muito os pés.
Uma opção legal para minimizar o desgaste dos pés é fazer a rota de papete de trekking ou sandália confortável, com ou sem meias, ou apenas de meias, ou até descalço é uma opção para poucos quilômetros, acredito que o ideal é ir testando todos, andei muito descalço e abri duas bolhas enormes nos dedões, e como se cruzam várias lagoas e mangues as vezes o calçado atrapalha, então revezamento é a palavra.

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Recomendo levar apenas uma roupa pra caminhar, eu fui de calça leve, camisa manga longa UV, protetor de rosto e boné, ajudou bastante com o sol, na caminhada durante o dia.
Se não se cuidar vai queimar feio, e levar também uma roupa extra para usar para dormir.

Levar apenas isso ajuda muito no trajeto pois carregar peso nesses terrenos é muito complicado, pode até se levar um mochilão e despachar ela de Barreirinhas para Santo Amaro, e você levar apenas o essencial numa mochila de ataque., fizemos isso e deu certo, a mochila ficou na casa do Guia em Santo amaro e pegamos na volta.

Nosso roteiro de 3 dias se deu da seguinte forma:

São Luís /Barreirinhas
Chegamos em São Luís e ficamos em um hotel próximo a rodoviária, o Hotel Itatiaia, diária do quarto quádruplo que pegamos ficou R$ 200,00 dividido para nos 4, saindo de São Luís, pode pegar ônibus (Foi nossa opção), Van ou Carro privativo, optamos pelo Ônibus da Cisne Branco, com passagem no valor de R$ 53,00, essa viagem dura cerca de 4 horas até chegar em Barreirinhas, com uma parada de uns 15 a 20min em um restaurante no caminho para tomar um café.
Como pegamos o ônibus das 6:00 deu pra dar uma cochilada na viagem, o ônibus não é semi leito, mas da pra ir “Confortável”, a Cisne Branco tem saídas as 06:00, 08:45, 14:00 e as 19:30.

Barreirinhas/Atins/Canto de Atins
Encontramos o Ribeiro em Barreirinhas no Ponto da Cisne Branco no centro da Cidade, ele nos levou para almoçar em um restaurante local com comida simples e extremamente saborosa, as opções eram Peixe ao Molho (Sensacional), Mocotó, Filé de Frango e Fígado, depois do almoço pegamos um Bandeirantes 4×4, e seguimos para cruzar o Rio Preguiça em uma Balsa (5min pra travessia), então seguimos por aproximadamente 1:30, até chegar no Restaurante da Luiza (Fica entre as dunas e a praia) onde Jantamos e dormimos (redário), nesse restaurante/pousada da Luiza tem o famoso Camarão dos Lençóis, como sou alérgico não provei, mas todo mundo elogiou muito, e o Peixe Grelhado não fica atrás, tem um sabor incrível, o Jantar tem um valor Fixo de R$ 36,00 por Pessoa, e a dormida (redário) custa R$ 40,00 numa rede limpinha e gostosa e com lençol cheirosinho.
Também encontramos Cerveja geladinha (Heineken) a um valor de R$ 15,00 a garrafa de 600ml, o que pra mim ta valendo dada a dificuldade de chegar até esse local.

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Fomos nesse fim de tarde a primeira Lagoa que fica a uns 10min do restaurante da Luiza, essa lagoa fica escondida atrás de uma duna de aproximadamente uns 25 metros e tem suas águas de cor verde clara, com vários peixes pequenos e bem relaxante, daqui também da pra curtir um por do Sol sensacional, numa mistura de praia e Dunas que putz, não da pra descrever, só indo conferir.

Canto de Atins/Baixa Grande
Primeiro dia de caminhada, acordamos as 02:30 da madrugada e tomamos um café simples, (pão, manteiga, tapioca, café e leite) e as 3 da madrugada saímos para nossa jornada incrível de 32km até a Casa dos Pais do Ribeiro em Baixa Grande, a caminhada começa pela praia com um terreno mais firme pra andar, com o barulho do mar como trilha sonora, o clima ajuda bastante a andar e ainda ganhamos de presente um nascer do Sol na praia muito show de bola.
Caminhamos umas 3:30 rumo ao caminho das dunas, jornada pesada, mas que é compensada a cada duna e cada lagoa que é vista pelo caminho. As paisagens dos Lençóis são únicas e deslumbrantes, a cada duna que se sobe do outro lado você encontra uma surpresa, seja uma Lagoa gigantesca, uma cabana de pescador com porcos e bodes correndo próximo ou até um conjunto de dunas que parecem desenhados a mão.

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Neste dia chegamos na casa do seu Domingos e Dona Maria, que são os pais do nosso Guia o Ribeiro, pessoas simples, altamente receptivas e felizes, o local parece um Oasis no meio do deserto é muito bonito, com árvores frutíferas (Caju, mirim e murici) o Rio Negro ao lado da casa e uma duna gigantesca de onde pode se ver um pôr do Sol muito show.
Aqui pagamos R$ 35,00 cada refeição (Almoço e Jantar), R$ 40,00 pela dormida (redário) e café da manhã, e também disponibilizam lençol super macio e cheiroso.
Uma curiosidade aqui é que NÃO EXISTEM mosquitos, é impressionante mais não vimos mosquito lá, aqui também podemos encontrar Cerveja (Skol Latinha) e refrigerante R$ 5,00 cada, não tão gelados mas ta valendo, também vendiam água aqui por R$ 3,50 (500ml).
A energia elétrica é a base de Gerador (Diesel), então só é usada poucas vezes a noite quando tem turistas hospedados, então não esperem cerveja geladíssima aqui, cerveja em Garrafa também pode ser encontrada aqui, basta pedir para o Guia providenciar.
Comemos aqui no almoço um Bode guisado ao leite de coco que estava muito gostoso e a noite comemos um Peixe grelhado também muito saboroso.
Dormimos e relaxamos depois da longa jornada de 32km, tratamos os pés e a noite fomos presenteados com uma fogueira nos fundos da casa onde podíamos deitar na areia macia e ver as estrelas, e que céu esse dos Lençóis, recomendo muito que deixem uma horinha da sua noite para admirar as estrelas.

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Baixa Grande/Queimadas dos Britos
Segundo dia de caminhada seria mais tranquilo, pois saímos um pouco mais tarde já que a caminhada é de apenas 8km até a Queimada dos Britos (ou Queimada dos Paulos, outra família do local), saímos as 08:30 daqui seguindo para a Queimada dos Britos.
Esse trecho particularmente é o que tivemos as mais belas paisagens e lagoas até então, de cara depois de subir/cruzar uma duna animal que fica na saída da Baixa Grande de cara você já vê um mar azul enorme, é apenas a primeira de varias lagoas maravilhosas nesse caminho.
Passamos também por uma parte de mangue cortada por lagoas com vegetação bem típica da localidade, depois de cruzarmos essas lagoas e o mangue chegamos a Queimada dos Britos/Paulos, onde nos hospedamos na casa do senhor Maximiliano e Dona Maria de Jesus, pessoas simples porem muito compromissadas com os turistas.
A recepção dos moradores é uma coisa totalmente impar, Dona Maria de Jesus recebe todos no redário da casa, o local é muito bem cuidado e aconchegante e mesmo com a areia das dunas aqui esta sempre limpo e bem varrido.
O Senhor Maximiliano nos trouxe logo uma Coca Cola e Cerveja Skol bem geladinha, difícil resistir (risos), conversamos um pouco e fomos tomar um banho no rio/lagoa que fica por trás da casa deles, aqui eles tem uma estrutura simples, as casas são feitas com palha, e onde dormimos tem o chão de cimento, nos demais é chão de terra batida, mas tem um banheiro bem arrumadinho com chuveiro e tudo mais.
Pagamos R$ 35,00 cada refeição (Almoço e Jantar) e R$ 40,00 pela dormida (redário) e café da manhã, coca cola e Cerveja, custavam R$ 5,00 e tinham água também a 7,00 (1,5L).
Também saímos para ver o por do Sol e tomar banho em uma lagoa imensa que fica a uns 15min de caminhada da cada do Maximiliano e Maria de Jesus, foi o Por do Sol mais bonito que vi nos lençóis ate então.
A noite novamente recebemos o presente de uma fogueira muito gostosa para podermos sentar ao redor e jogar conversa fora admirando as estrelas.

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Queimada dos Britos/Santo Amaro.
Terceiro e ultimo dia, e posso dizer que o mais desgastante devido as caminhadas nos dias anteriores, e as bolhas nos pés (Cuidem bem dos seus pés!). Nesse dia saímos também as 3:00 em direção a Santo Amaro, levantamos as 2:30 mais ou menos e a Maria de Jesus já estava preparando nosso café, com tapiocas e bolachas.
Nos despedimos de Dona Maria de Jesus e seguimos nossa caminhada sentido Santo Amaro, nessa altura passamos praticamente por todo ecossistema existente nos lençóis, desde praia, dunas e os mangues, nessa saída encontramos um caminho entre árvores frutíferas locais e sobre um mangue caminhamos praticamente na água na canela por uns 30min, e depois iniciamos o caminho pelas dunas novamente, a cada duna encontrávamos uma lagoa que sob a luz da lua ficavam ainda mais bonitas, e após algumas horas de caminhada nos deparamos com o nascer do sol em meio os lençóis que deixam sem palavras para descrever, o Sol nascendo escondido em meio as dunas e refletindo nas lagoas fez toda diferença nas sensações e emoções que a experiência de quem faz a Travessia dos Lençóis Maranhenses traz.

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Caminhamos e curtimos as lagoas pelo caminho até encontrarmos a ultima grande lagoa, que era junto a uma das Sondas da Petrobras que ainda permanecem lá, inativas mais ainda estão no meio dos lençóis, assim como ainda restam explosivos (Dinamites) perdidas por lá. Nosso Guia contou que já aconteceram acidentes com pescadores que encontravam essas dinamites e utilizavam pra pescar ou até mesmo ao guardar em suas mochilas acabavam detonando e morrendo.
Ficamos numa lagoa gigante de águas verdes claras uns 3 km após a Sonda da Petrobras relaxando, conversando e aguardando nossa carona chegar.
Como a partir daqui não existiam mais lagoas Cheias, apenas uma única já na saída para Santo Amaro (Lagoa das Andorinhas), que é uma das lagoas turísticas mais visitadas, ou seja, cheia de turistas, decidimos chamar o Carro para nos buscar uns 5km a frente e dar uma apreciada nessa lagoa que se diferenciava de todas as nossas lagoas até então exclusivas para nós.
Na chegada do carro seguimos para Santo amaro onde ficamos na casa do nosso guia curtindo uma coca cola gelada, uma sombra gostosa e um rede pra relaxar, depois do almoço seguimos viagem para Sangues onde pegamos nosso transporte para São Luís.

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Dicas Importantes sobre a Travessia

– Cuide dos seus pés, o percurso é pesado e desgasta muito eles.
– Leve dinheiro trocado, lá o pessoal não aceita cartão.
– Procure sempre um guia local, existe a opção de fazer a travessia sem guia (Usando GPS e mapa do Wikilok) no entanto as dunas e lagoas mudam muito e isso pode dificultar sua jornada.
– Leve bastante água e Clorin caso precise beber das lagoas, no entanto recomendo que sempre que possível comprem água nas casas locais, existem muitos bode e porcos soltos pelos lençóis.
– Leve o mínimo peso possível, uma roupa pra caminhar e outra pra dormir esta de bom tamanho, uma mochila de ataque já esta ótimo para travessia, caso precise levar mais roupas pode despachar e pegar em Santo Amaro.
– Cajado (eu não levei e arrebentei meu tornozelo);
– Medicamentos (relaxante muscular é imprescindível, esparadrapo para bolhas também);
– Lanches (barra de cereais, barra de proteínas, castanha, banana desidratada, etc…);
– Meias de compressão ajudam bastante nas caminhadas longas.

Fora isso aproveitem muito todos momentos dessa travessia sensacional..

Abraço do Barba Viajante!

Boa caminhada.

Publicado também por Bárbara Lins em: http://www.descobertasbarbaras.com.br

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Chapada Diamantina – Parte I

Primeiro Post não poderia ser de um lugar diferente se não na Chapada Diamantina, que foi “praticamente” onde nasceu minha paixão por viajar e mochilar!

O ano foi 2015 (recentemente eu sei!), bom, a ideia inicial era passar meu aniversário de 33 anos (estou velho, mas não estou morto!), de uma forma totalmente diferente dos últimos anos, foi aí que surgiu a ideia de conhecer a Chapada diamantina.

Alguns amigos já falavam muito deste lugar, no meio da Bahia, escondido entre vales, cidadezinhas, mata e muita estrada de terra, onde encontramos um dos mais belos parques nacionais, O parque Nacional da Chapada Diamantina.

Na escolha do roteiro, de cara já entrou o Vale do Paty, considerado um dos trekkings mais bonitos do Brasil, e cá para nós?! É realmente o mais bonito viu, são tantas belezas particulares, tantos caminhos, cachoeiras, morros, trilhas, animais, flores, que poxa, impossível descrever todas as sensações e sentimentos que você tem ao passar por lá.

Chapada Diamantina foi a minha escolha inicial, mas também foi a escolha de mais 15 amigos que conheci na internet, no site dos Mochileiros.com onde eu estava buscando companhia e muitas outras pessoas também.

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Começava nesse momento a organização de um roteiro que seria um divisor de águas na minha vida, um momento onde eu entenderia que viajar é o maior bem que podemos adquirir, e que viajar com vários desconhecidos com o mesmo objetivo, que era se divertir, curtir a natureza e fazer novas amizades, seria a melhor escolha que eu já havia feito.

Saindo de Recife para Salvador, num voo da Gol que foi bem rapidinho, de lá pegando um taxi até a rodoviária e correndo para comprar a passagem de ônibus para a cidade de Lençóis, de onde sairíamos para iniciar nossa aventura.

Passagem comprada, encontrava o primeiro amigo viajante o Jhonny que vinha de Goiás, embarcamos no ônibus e seguimos por 7 horas de viagem rumo a cidade de Lençóis.

Ao chegar em Lençóis foi outra aventura, esperamos aparecer um táxi para nos levar até a pousada que ficamos, chegamos lá e fomos os primeiros do grupo, resto do pessoal ainda estava na aventura de chegar ao Capão na Chapada Diamantina.

Dia seguinte, todos já instalados e se conhecendo, afinal todo mundo só se conhecia do grupo do Whatsapp e Facebook, então seguimos batendo papo e se organizando para sair e conhecer a cachoeira da fumaça, considerada a primeira cachoeira mais altas do país, com 380 metros de altura, a Cachoeira da Fumaça é um dos principais atrativos da Chapada Diamantina!

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São 5,8 km de caminhada, sendo 1,9 km de subida com vista para o belo Vale do Capão de um lado e ao norte o Morrão. Após vencer a subida a trilha fica fácil seguindo uma trilha plana até o mirante da cachoeira, após uma volta de 2 horas de caminhada, seguiremos rumo a cachoeira do Riachinho para tomar um banho refrescante e ver um lindo pôr do sol, posso dizer um dos mais bonitos que já vi.

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Cachoeira é sensacional e muito calma, mas na época que fomos e ainda mais no horário de fim de tarde ela estava muito cheia, por conta do Pôr do sol sensacional que pode se ver de lá, vale muito apena ir conferir.

No segundo dia pegamos um transfer do Vale do Capão até pequeno povoado de Guiné, o acesso mais fácil para o vale do Pati, começamos subindo pelo morro do Beco, com uma maravilhosa vista para a serra do Esbarrancado que tem em um dos seus picos 1.700 metros de altitude, o ponto culminante do Parque Nacional.

Após a tranquila subida do Beco chegamos aos gerais do Rio Preto um lugar de beleza sem igual, caminhamos até o Rio Preto e fizemos uma pausa para o lanche, a trilha segue plana até o mirante da serra da Rampa, com uma das vistas mais espetacular da Chapada Diamantina.

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Após o mirante a descida é íngreme, depois a trilha fica tranquila sob a sombra até o rio Pati, chegamos então ao nosso ponto de apoio no vale do Pati a chamada “Igrejinha” e casa do Seu João, onde pernoitaríamos todas as noites da nossa aventura no Pati.

Após todos se acomodarem seguimos para conhecer a cachoeira da Altina, tomar um banho e relaxar naquele lugar sensacional.

 Continua…